O fato de ela não dar conta do trabalho a que se propõe, desde que se proponha a ela um desafio não previsto pelo seu programa gera frustração e prazer. O prazer de tê-la enganado ou, como desejava Flusser, de ter colocado em cheque sua programação — e todo o circuito ideológico ao qual ela pertence.
Sim. Suas limitações são muitas diante de minha humana esperteza.
Já a frustração vem do fato de que eu realmente desejei que ela conseguisse. Sempre nutri uma vontade secreta de que fotos falassem e se movessem. É como se eu nunca tivesse desejado ludibriar a máquina. Como se eu nunca tivesse desejado desprogramá-la. Como se tivessem tirado de mim o prazer de vê-la funcionar, como que magicamente, conforme o previsto.
Enganar a máquina ou ser por ela enganada. Não consigo decidir o que me dá maior prazer.
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